28 de agosto de 2011

OS FIOS QUE NOS ENTRETECEM




Reza o mito que Ariadne, temendo pela vida de seu amado Teseu, entregou-lhe um novelo antes que o corajoso jovem adentrasse o temível labirinto. Teseu enfrentou o labirinto, matou o Minotauro e, com a ajuda do fio que desenrolara, conseguiu encontrar a saída. Isso se deu na mitológica Creta. E hoje, quem nos oferece, amorosamente, os fios para que não nos percamos nos labirintos da vida?
Na verdade, somos todos artesãos tecendo as nossas vidas. Nós somos os responsáveis pela confecção da malha que nos interliga e nos constitui. Nas tramas, tecemos e desfiamos o eu, o tu e nós, com laçadas mais apertadas ou mais soltas, com maior ou menor quantidade de fios - tudo depende de quem entretece e de quem admira a beleza da trama. O que importa é o tecer: tecer com o coração, com os fios que temos hoje, inspirados no movimento das nuvens que  tornam interessantes os nossos céus – no nosso tempo e no nosso espaço legítimos, porque nossos.  Isso porque, parafraseando Drummond, o tempo presente é a nossa matéria: a vida presente, as pessoas presentes.
E as linhas para essa tecelagem, de onde vêm? Vêm do presente e dos presentes. Explico: o tempo de viver vem com bagagens, presentes, surpresas. E elas presentificam, no hoje, uma rede tecida com laçadas do ontem, projetando o amanhã, construindo e desconstruindo os nossos caminhos nas esquinas do labirinto da vida. E o Minotauro? Bem, nossos monstros têm o tamanho e a força que damos a eles.
Assim, na caminhada que iniciamos esse ano, os fios para tecê-la, em parte, já existem. Muitos outros ainda esperam pelo fuso. O que é certo é que o tipo de laçadas, a escolha das cores, das texturas, dos fios são escolhas de cada tecelão, de cada tecelã que vai se constituindo e se (re)inventando e (re)inventando o outro. Empregar os fios que nos são estendidos, de um tecido a outro, também são escolhas – constituintes do nós. Nesse entrelaçar, cabe, para concluir, a lembrança do poema de João Cabral de Melo Neto:

Tecendo a manhã

Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
2.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretecendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.

            Começamos uma trajetória em que entreteceremos, juntos, como no poema, muitas manhãs. Sejam, pois, todos convidados a fazer parte dessa arte que é tecer a Psicologia dos nossos dias.  


DIA 27/08 - DIA DOS PSICÓLOGOS - 
            O texto foi escrito pela professora Luciane Raupp, um presente a esse grupo que começa a tecer a história da Psicologia na IENH.
            A partir de suas impressões, escreva, para nós, que outras possíveis leituras podem ser feitas.

Vídeo Zygmunt Bauman

http://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A&feature=player_embedded#!

9 de agosto de 2011

O que está acontecendo no mundo?


As massas do mundo voltam a pedir cabeças novamente???


Londres em chamas, Madri ocupada por milhares de jovens desempregados, estudantes chilenos ocupam as ruas, as massas árabes dizem basta às monarquias, afinal o que está acontecendo no mundo?

Neste Artigo publicado hoje no jornal Folha de São Paulo, Vladimir Safatle, professor livre docente do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), especialista em epistemologia (teoria do conhecimento) e filosofia da música faz uma reflexão sobre o que ocorre no mundo hoje.




Maria Antonieta
Vladimir Safatle

Em 2006, a cineasta Sofia Coppola lançou um filme sobre Maria Antonieta. Ao contar a história da rainha juvenil que vivia de festa em festa enquanto o mundo desabava em silêncio, Coppola acabou por falar de sua própria geração.

Esta mesma que cresceu nos anos 1990.

No filme, há uma cena premonitória sobre nosso destino. Após acompanharmos a jovem Maria por festas que duravam até a manhã com trilhas de Siouxsie and the Banshees, depois de vermos sua felicidade pela descoberta do "glamour" do consumo conspícuo, algo estranho ocorre.

Maria Antonieta está agora em um balcão diante de uma massa que nunca aparece, da qual apenas ouvimos os gritos confusos. Uma massa sem representação, mas que agora clama por sua cabeça.

Maria Antonieta está diante do que não deveria ter lugar no filme, ou seja, da Revolução Francesa. Essa massa sem rosto e lugar é normalmente quem faz a história. Ela não estava nas raves, não entrou em nenhuma concept store para procurar o tênis mais stylish.

Porém ela tem a força de, com seus gritos surdos, fazer todo esse mundo desabar.

Talvez valha a pena lembrar disso agora porque quem cresceu nos anos 1990 foi doutrinado para repetir compulsivamente que tal massa não existia mais, que seus gritos nunca seriam mais ouvidos, que estávamos seguros entre uma rave, uma escapada em uma concept store e um emprego de "criativo" na publicidade.

Para quem cresceu com tal ideia na cabeça, é difícil entender o que 400 mil pessoas fazem nas ruas de Santiago, o que 300 mil pessoas gritam atualmente em Tel Aviv.

Por trás de palavras de ordem como "educação pública de qualidade e gratuita", "nós queremos justiça social e um Estado-providência", "democracia real" ou o impressionante "aqui é o Egito" ouvido (vejam só) em Israel, eles dizem simplesmente: o mundo que conhecemos acabou.

Enganam-se aqueles que veem em tais palavras apenas a nostalgia de um Estado de bem-estar social que morreu exatamente na passagem dos anos 1980 para 1990.

Essas milhares de pessoas dizem algo muito mais irrepresentável, a saber, todas as respostas são de novo possíveis, nada tem a garantia de que ficará de pé, estamos dispostos a experimentar algo que ainda não tem nome.

Nessas horas, vale a lição de Maria Antonieta: aqueles que não percebem o fim de um mundo são destruídos com ele. Há momentos na história em que tudo parece acontecer de maneira muito acelerada.

Já temos sinais demais de que nosso presente caminha nessa direção. Nada pior do que continuar a agir como se nada de decisivo e novo estivesse acontecendo.

CURSO DE EXTENSÃO PROMOVIDO PELO CURSO DE PSICOLOGIA

4 de agosto de 2011

SÁBADO, DIA 6/08, INÍCIO DO CURSO: PSICODIAGNÓSTICO NA INFÂNCIA




OBJETIVOS- Incentivar a formação continuada dos alunos e profissionais da área da avaliação psicológica, especificamente no que se refere ao psicodiagnóstico na infância.
- Refletir acerca da fundamentação teórica do processo de psicodiagnóstico.
- Capacitar e instrumentalizar alunos e profissionais para aplicação, correção e interpretação de testes psicométricos e projetivos.
PÚBLICO-ALVOProfissionais e estudantes de Psicologia.
PROGRAMAMódulo I - Fundamentos do psicodiagnóstico na infância
Entrevista inicial com pais, anamnese, hora de jogo, o setting e a seleção da bateria de testes, as entrevistas devolutivas e a redação do informe psicológico (casos clínicos).
Carga horária: 6 horas
Ministrante: Ms. Vanessa Stumpf Heck
Data e horário
06/08, sábado, das 9h às 12h
20/08, sábado, das 9h às 12h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 60,00
Comunidade em geral – R$ 70,00

Módulo II - Diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade na infânciaAvaliação inicial com os pais; avaliação com a criança; avaliação com os professores; uso de testes psicométricos na avaliação da atenção; diagnóstico de TDAH na infância; casos clínicos.
Carga horária: 4 horas
Ministrante: Ms. Jeane Lessinger Borges
Data e horário
26/08, sexta-feira, das 18h às 22h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 40,00
Comunidade em geral – R$ 50,00

Módulo III – Avaliação de risco e proteção em criança em situação de vulnerabilidadeDefinição de fatores de risco e de proteção; avaliação dos contextos do desenvolvimento (família, instituição e a rua); avaliação de situações de risco; a notificação de situações de violência; o trabalho na rede de proteção.
Carga horária: 4 horas
Ministrante: Ms. Jeane Lessinger Borges
Data e horário
27/08, sábado, das 8h às 12h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 40,00
Comunidade em geral – R$ 50,00

Módulo IV - Avaliação da inteligência na infânciaDefinição de psicometria, breve histórico dos testes de inteligência e aplicação, correção e interpretação dos seguintes testes: WISC-III, Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e Escala de Maturidade Mental Columbia.
Carga horária: 6 horas
Ministrante: Ms. Flávia Wagner
Data e horário
03/09, sábado, das 9h às 12h
17/09, sábado, das 9h às 12h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 60,00
Comunidade em geral – R$ 70,00

Módulo V - As técnicas projetivas no psicodiagnóstico infantilA técnica dos Desenho-Estória, o Teste H.T.P. e Teste de Contos de Fadas.
Carga horária: 6 horas
Ministrante: Ms. Lisandre Dreyer da Silva Matte
Data e horário
01/10, sábado, das 9h às 12h
15/10, sábado, das 9h às 12h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 60,00
Comunidade em geral – R$ 70,00

MINICURRICULOS MINISTRANTES
Jeane Lessinger Borges
Psicóloga (UNISINOS), Mestre em Psicologia (UFRGS), Pesquisadora em Psicologia do Desenvolvimento em situações de vulnerabilidade psicossociais, violência contra crianças e psicóloga clínica – abordagem Terapia Cognitiva-Comportamental. Professora da SETREM.
Vanessa Stumpf Heck
Doutoranda e Mestre em Psicologia pela UFRGS. Especialista em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica pelo IEPP.
Flávia Wagner
Psicóloga, Especialista em Psicologia Clínica - Avaliação Psicológica (UFRGS), Mestre e Doutoranda em Psicologia (UFRGS).
Lisandre Dreyer da Silva Matte
Psicóloga, Mestre em Psicologia Social e da Personalidade (PUCRS). Especialista em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica pelo IEPP.

INVESTIMENTO PARA TODO O EVENTO
(Carga horária total: 26 horas)
Interessados em realizar todos os módulos do curso terão desconto no valor final.
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 247,00
Comunidade em geral: R$ 260,00
CONDIÇÕES DE PAGAMENTO: inscrições realizadas diretamente com o Protocolo da Fundação Evangélica, podem ser parceladas em até 04 vezes no cartão de crédito.
Observação: Para receber o desconto de Alunos, Ex-alunos e Instituição conveniada, é necessário efetuar o pagamento no Protocolo da Fundação Evangélica.
LOCAL: Sala de Eventos da Unidade Fundação Evangélica.