29 de maio de 2011

Resenha do filme " Minha vida em cor de rosa"








"Minha vida em cor de rosa"


JULIANA ULRICH
KATIA L. DAUDT
MAYTÊ LOPES*


O filme "Minha vida em cor de rosa"  exibido durante o Ciclo de Cinema - Psicologia: Interfaces Sociais, realizado pelo curso de Psicologia da faculdade IENH, abordou a questão da sexualidade sob a ótica da homossexualidade/transexualidade, bem como seus respectivos preconceitos por parte de nossa sociedade.

O tema complexo é conduzido pelo diretor A. Berliner de forma singular e delicada, através da estória de Ludovic Fabre, um garoto de sete anos que não se reconhece como menino, que se sente e comporta como uma menina.

O filme inicia em uma festa que seus pais oferecem aos vizinhos do bairro para onde mudaram recentemente, onde Ludovic aparece maquiado e com um vestido de princesa. 
Para disfarçar o constrangimento, seus pais alegam tratar-se de uma brincadeira e dizem que o menino é "ótimo em disfarces".  Quando questionado por eles, em separado das visitas, sobre o motivo de ter se vestido daquela maneira ele responde que era para "ficar bonita", se expressando também verbalmente no gênero feminino, sendo duramente criticado pelos pais, que o obrigam a mudar de roupa.

A intolerância ao seu comportamento, considerado inadequado, inicia em sua própria família, que tem problemas para lidar com aquele filho que é tão diferente dos demais.  Nossa sociedade tem grandes dificuldades em aceitar e conviver diretamente com tudo aquilo que é diferente dos padrões estabelecidos.
A situação se agrava quando Ludovic se envolve emocionalmente com o filho do chefe de seu pai, por quem se apaixona e pretende casar, acreditando que em algum momento de sua vida irá se transformar em menina, acertando assim o descompasso que existe entre seu pensamento e seu corpo.

Não tendo certeza sobre a melhor maneira de lidar com aquela situação, seus pais passam  a alternar momentos de permissão com outros de rígida vigilância e repúdio ao seu comportamento, fazendo com o menino fique ainda mais confuso sobre a sua sexualidade. 
Em muitos momentos ele refugia-se no mágico mundo das bonecas, misturando realidade e fantasia, tudo colorido pelos tons de rosa,  onde ele pode ser feliz do jeito que é.

Para piorar ainda mais, Ludovic começa a ser rejeitado também na escola, onde passa a sofrer agressões físicas e morais e os irmãos, envergonhados por este comportamento diferente, não conseguem se posicionar em sua defesa.

O tratamento psicológico que seus pais lhe impõem, na tentativa de enquadrá-lo no padrão de um menino de sua idade, também não obtém os resultados esperados.
Enquanto a família começa a hostilizá-lo e culpá-lo por todos os problemas que lhes acontecem, a avó parece ser a única que tenta entendê-lo e aceitá-lo e quando a situação em casa passa a ficar insustentável, leva-o para morar com ela.
Com uma fotografia suave o filme vai narrando as muitas desventuras do menino-menina que, apesar de tudo, ainda mantém um doce sorriso.
Em uma sucessão de episódios tristes, que contudo não chegam a ser melodramáticos, Ludovic vai vivenciando suas experiências, como na cena em que se disfarça de Branca de Neve na peça teatral da escola, na tentativa de experimentar um beijo do seu príncipe, e é desmascarado na frente de todos ou quando simula uma situação de morte, trancando-se dentro de um freezer com um crucifixo em seu peito, demonstrando claramente o seu sofrimento e despertando um sentimento de culpa em sua mãe.
A cena mais chocante talvez seja quando, contra a sua vontade, cortam o seu cabelo bem curto, cortando simbolicamente também seus sonhos e personalidade.
Esta aparente transexualidade, apresentada de maneira tão clara ainda na infância, não tem  característica de perversão sexual. Como bem descreve Félix López Sánches em seu livro HOMOSSEXUALIDADE E FAMÍLIA-NOVAS ESTRUTURAS, pág.30 “... os transexuais vivem, no entanto, uma situação difícil, porque estão convencidos de que seu corpo é um erro, já que, realmente, possuem uma identidade sexual distinta da identidade biológica. Sendo biologicamente homens – em todos os aspectos – essas pessoas sentem-se e acreditam ser mulheres...”.
A ingenuidade de Ludovic, aliada a sua inocência e doçura, demonstram que não houve nenhuma opção ou escolha voluntária: independentemente de sua própria vontade e/ou da vontade de sua família, ele simplesmente é assim.

Mais tarde, ao mudarem para outra cidade do interior na tentativa de um recomeço, a família depara-se com uma situação semelhante a sua, onde uma menina da vizinhança aparenta sentir-se um menino, se comportando e vestindo como tal, o que parece trazer alguma esperança de aceitação para o pequeno Ludovic.

O filme trata não apenas da questão da sexualidade, mas principalmente das relações família-sociedade, da pressão social para que tudo e todos sejam perfeitamente enquadrados dentro das estruturas convencionadas, onde os diferentes são rejeitados, desrespeitados e ignorados sistematicamente. O que nos leva a refletir sobre o nosso papel dentro deste contexto social, ainda tão conservador.

* alunas do primeiro semestre do curso de Psicologia da Faculdade IENH

Nau da loucura no mar das idéias: Música e poesia para refletir



Nau dos loucos: Uma leitura da "loucura" a partir de Foucault - especialmente no livro "A História da Loucura", a referência para entender a loucura passa pelo entendimento e supervalorização da razão (principalmente a razão moderna). Aos racionais, o convívio social, à liberdade, à ética, o direito à integridade.


NAU DA LOUCURA NO MAR DAS IDÉIAS

Vitor Ramil e Bob Dylan e a poesia dos "loucos"

Vitor Ramil, é um dos mais criativos e talentosos compositores brasileiros da atualidade. Vitor ganhou neste ano o prêmio Açorianos de música pelo seu excelente disco Delibáb, com milongas criadas a partir dos poemas do escritor argentino Jorge Luiz Borges e do poeta alegretense João da Cunha Vargas.

Ao longo de sua carreira de 30 anos, Vitor compôs diversas canções que versam sobre símbolos( Délibad é uma palavra hungara que significa "miragem"), poemas sobre o pensar o humano nas suas contradições, singularidades e subjetividades

A figura do "louco" foi tema de duas belas composições já clássicas do repertório de Ramil , "Loucos de cara" e "Joquim", esta última uma versão de "Joey" de Bob Dylan.
A versão de Vitor Ramil fala de Joquim, o louco do chápeu azul.




A letra de Joquim assim como a de Joey conta a história de um "louco". A "loucura" destes personagens está refletida muito mais na visão de quem os vê, e os condena. O "louco" de vitor é sim o homem que navega no mar das idéias, o que pode ser perigoso quando estas idéias são diferentes do que é dado como racional.


Joquim era o mais novo
Antes dele havia seis irmãos
Cresceu o filho bizarro
Com o bizarro dom da invenção
Louco, Joquim louco
O louco do chapéu azul
Todos falavam e todos sabiam
Quando o cara aprontava mais uma


O "Joey" de Dylan fal também de um louco que vive nas ruas

"Joey, Rei das ruas, filho do barro"...
" o que fazer quando eles vierem e soprarem você para longe"?
O Joquim de Ramil navega no "Nau da loucura, no mar das idéias" e também é perseguido

Joquim, Joquim
Quem eram esses canalhas
Que vieram acabar contigo?


Ambos são os "loucos" incompreendidos e excluídos pela sociedade da racionalidade moderna. Joquim e Joey são condenados, são culpados, sua loucura deve ser destruída.

Dylan canta:
'Ele cumpriu dez anos em Attica, lendo Nietzsche e wilhelc Reich
Eles jogaram-o no buraco um tempo para tentar parar os ataques
Seus amigos próximos era os homens negros porque eles parecuam entender
O que é estar na sociedade com uma algema em sua mão"



O Louco de Ramil, como ele diz, "não se entregava":

O mundo ardia na guerra
Quando Joquim louco saiu da prisão
Os guardas queimaram
Os projetos e os livros
E ele apenas riu, e se foi
Em Satolep alternou o trabalho
Com longas horas sob o sol
Num quarto de vidro no terraço da casa
Lendo Artaud, Rimbaud, Breton


Por tudo o que passou
Louco, Joquim louco
O louco do chapéu azul
Todos falavam e todos sabiam
Que o cara não se entregava
Joquim, Joquim
Nau da loucura no mar das idéias



Em "Loucos de cara" , Vitor Ramil diz

" Poetas, loucos de cara, vamos sumir..."

"Se mais nada existir
mesmo o que sempre chamamos REAL
e isso pra ti for tão claro
que nem percebas...

Se um dia qualquer
ter lucidez for o mesmo que andar
e não notares que andas
o tempo inteiro

É sinal que valeu...





"Loucos de Cara"



Videntes, loucos de cara
Descrentes loucos de cara...

Latinos, deuses, gênios, santos, podres
ateus imundos e limpos
Moleques loucos de cara

vamos sumir...

ombro no ombro...



Abaixo publicamos a letra de "Joey" de Bob Dylan


Joey (Bob Dylan)

Nascido em Red Hook, Brooklin, no ano de quem sabe quando
Abriu seus olhos para o toque de uma sanfona
Sempre no lado de fora de qualquer lado que há
Quando lhe perguntaram por que tinha de ser dessa maneira,
"Bem", ele respondeu, "só por isso."

Larry era o mais velho, Joey o segundo mais velho.
Eles chamavam-o de Joey "louco", o bebê era chamado de "Criança Explosão"
Uns diziam que eles viviam do jogo e correndo números também.
Sempre pareceu que eles brigavam entre o povo e os homens de azul também.

Joey Joey
Rei das ruas, filho do barro
Joey Joey
O que fazer quando eles vierem e soprarem você para longe?

Há boatos de que eles mataram os seus rivais, mas a verdade está longe disso
Ninguém nunca soube ao certo onde eles realmente estavam
Quando eles tentaram estrangular Larry, Joey quase golpeou o telhado
Ele foi fora daquela noite procurar vingança, pensaran que era a prova de bala.

A guerra estourou ao amanhecer, e esvaziou-se fora das ruas
Joey e seu irmão sofreram terriveis derrotas
Até que eles se aventuraram além das linhas e levaram cinco prisioneiros
Eles os esconderam longe, em um porão, chamando-os de amadores
Os reféns estavam triplicando quando eles ouviram um homem gritar
"deixe soprar esse lugr para o além, deixe o Cel. Edson levar a culpa"
Mas Joey andou a diante, levantou a mão e disse: "Nós não somos esse tipo de homens
É de paz e tranquilidade que precisamos para trabalhar novamente."

Joey Joey
Rei das ruas, filho do barro
Joey Joey
O que fazer quando eles vierem e soprarem você para longe?

O departamento de polícia investigou ao redor, eles chamaram o Mr Smith
Eles causaram lhe entriga, eles nunca estavam certos de com quem
"Que horas são?" disse o juiz para Joey quando eles se encontraram
"Cinco para as dez" disse Joey. Isso é exatamente o que ganhará".

Ele cumpriu dez anos em Attica, lendo Nietzsche e wilhelc Reich
Eles jogaram-o no buraco um tempo para tentar parar os ataques
Seus amigos próximos era os homens negros porque eles parecuam entender
O que é estar na sociedade com uma algema em sua mão

Quando eles o deixaram sair em 71 ele perdeu um pouco de peso
Mas vestido como James Cagney e eu ele prometia um visual ótimo
Ele tentou encontrar uma forma de voltar a vida que ele tinha deixado
Para o chefe ele disse: "Eu retornei, e agora quero o que é meu".

É certo que em seus anos posteriores ele não carregaria uma arma
"Eu estou cercado de mauitas crianças" ele dizia " eles nunca devem saber de uma"
Ainda andou direito na sede de seus inimigos mortais de toda vida
Então ele vacilou nas ruas de Little Italy

Joey Joey
Rei das ruas, filho do barro
Joey Joey
O que fazer quando eles vierem e soprarem você para longe?

Irmã Jacqueline e Carmela e mãe Mary estavam todas chorando
Eu ouvi seu melhor amigo dizendo: " Ele não está morto, ele só está desacordado."
Então eu vi a limosine do velho voltar-se para o cemitério
Eu esperava que ele dissesse um último adeus para o filho que ele não pode salvar.

O sol voltou a esfriar completamente a President Street
E o bairro do Brooklyn ficou de luto
Eles rezavam uma missa na velha igraja proxima a casa onde ele nasceu
E algum dia se Deus em sua inspeção do paraíso se manter
Eu sei que os homens que mantiveram seus desejos baixos terão o que merecem

Joey Joey
Rei das ruas, filho do barro
Joey Joey
O que fazer quando eles vierem e soprarem você para longe?

28 de maio de 2011

Extensão Gratuita na UFRGS

MAPAS AFETIVOS: UM MÉTODO DE CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS PELOS AFETOS

Ministrante do Curso: Professora Dra. Zulmira Áurea Cruz Bomfim
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (1985), mestrado em Psicologia Social e da Personalidade pela Universidade de Brasília (1990), doutorado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003) e Pós-doutorado no grupo de investigação pessoa-ambiente da Universidade da Coruña (2011). É especialista em intervenção sócio-ambiental e pesquisadora em Espaço Público e Regeneração Urbana pela Universidade de Barcelona. Professora adjunto da Universidade Federal do Ceará. Desenvolve pesquisas nas áreas temáticas de: Cidade, afetividade e sustentabilidade; qualidade de vida; vulnerabilidade social e ambiental e representações sociais.
Data: sábado, 18 de junho
Horário: 9h30 às 17h30 horas
Local: Instituto de Psicologia UFRGS
Carga Horária: 8 horas aula

Promoção: Programa Casadinho/CNPQ; NEPA e CEP-Rua (PPG Psicologia UFRGS)
http://www.msmidia.com/pospsico/extensao.asp
Inscrições: APENAS por email mapasafetivos@gmail.com

27 de maio de 2011

Dica de leitura

A discussão sobre o kit homofobia gerou polêmica no cenário político e está dividindo o Brasil. Se de um lado alguns acreditam que o preconceito precisa ser trabalhado na escola prevenindo a violência e o bullying, de outro a tensão se concentra na possibilidade de “normatizar” através de um material didático o que para muitos ainda é uma perversão, um desvio e uma doença.
Era de se imaginar que um kit dessa natureza tivesse essa repercussão em nossa sociedade. Afinal, é um assunto de saúde pública, pois todos os dias jovens morrem vítimas de homofobia, suicídio, alvos de preconceito no trabalho, na escola e na família, não tendo seus diretos garantidos.
Continuar o questionamento sobre o modo como podemos trabalhar essa temática na escola é fundamental. E para qualificarmos essa discussão sugerimos o livro de Félix López Sánches, professor de Universidade de Salamanca, Homossexualidade e família: novas estruturas. O livro não deixa de ser uma espécie de manual, no qual há respostas para dúvidas, esclarecendo quanto aos mitos e crenças que perpassam a sociedade, além de orientar pais, familiares, profissionais e os próprios homossexuais como lidar com situações como:
- as falsas crenças a respeito da homossexualidade;
- o que sabemos sobre orientação do desejo: sua origem, a idade em que costuma se formar, sua evolução, suas possíveis mudanças;
- a rejeição dos filhos homossexuais ou bissexuais ser um grave erro;
- o risco de certas concepções familiares;
- como tratar as manifestações sexuais na infância, etc.

“ A homossexualidade só tem dificuldades se a família, a escola e a sociedade às criam”(SANCHÉS, 2009, p.19).

Nota do CFP sobre a suspensão do kit anti-homofobia


 
O Conselho Federal de Psicologia vem externar sua preocupação com a suspensão do kit anti-homofobia, uma vez que esse material constitui-se um dispositivo importante e qualificado, técnica e politicamente, para a discussão do preconceito contra homossexuais na perspectiva dos processos educativos. A formação de jovens e adolescentes pressupõe necessariamente a valorização da cidadania plena, do respeito às diferenças e da promoção dos direitos humanos.
Nesse sentido, elaboramos um parecer favorável acerca da utilização deste material educativo compreendendo o papel da escola na formação de sujeitos livres, autônomos e protagonistas dos seus próprios destinos.
Esperamos que a ampliação do debate público proposto pela presidenta não culmine com a prevalência das posições conservadoras, preconceituosas e homofóbicas, firmando uma posição neste país que a verdadeira democracia com conquistas sociais não pode ser aviltada.
Esse parecer do Conselho Federal de Psicologia foi encaminhado ao Ministério da Educação e outros órgãos diretamente envolvidos com a questão dos direitos humanos, constituindo-se um posicionamento oficial da autarquia.
Conselho Federal de Psicologia

26 de maio de 2011

Ciclo de Cinema



Resiliência: a arte de ser flexível

NAP- Núcleo de Atendimento Psicológico

Promove
Resiliência: a arte de ser flexível.


                      Data: 30/06/2011 (Quinta-feira)
                      Horário: Happy Hour- a partir das 19 hrs.
                                    Palestra-19h30min
                      Investimento: R$190,00.

Inscrições pelos telefones: 3035-3606/ 93753003 ou 96299525.

CONTARDO CALLIGARIS

A fantasia (presumida) de DSK
FOLHA DE SÃO PAULO - 26/05/11

"Li no "Times" de Londres desse domingo que Dominique Strauss-Kahn (DSK, na imprensa francesa), no dia de sua prisão, sentou-se numa poltrona de primeira classe do Air France 23 para Paris e fez um comentário sobre a aeromoça da cabine: "Bonita bunda". Isso, num tom suficientemente alto para que outros passageiros (e, presumivelmente, a própria aeromoça) ouvissem.
A seguir, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional e candidato socialista à Presidência da França foi retirado de seu assento e preso, acusado do estupro de uma mulher que entrara na sua suíte de hotel para fazer a limpeza.
Desde então, outras mulheres vieram a público para revelar que elas foram, no passado, vítimas de assédio sexual ou estupro por Strauss-Kahn. Todas declaram que calaram-se, convencidas de que a palavra delas pesaria menos do que a do poderoso DSK.
A quantidade e qualidade das acusações excluem a hipótese de armação da extrema direita francesa, que se beneficiaria com a saída de cena do candidato socialista.
Pois bem, DSK não foi julgado ainda. Mas apareceram numerosos comentários de leitores e colunistas da imprensa internacional, dos quais discordo -e talvez seja interessante explicar por quê.
Imaginemos que as acusações contra Dominique Strauss-Kahn se confirmem. Muitos perguntam: como é possível que um homem prestes a realizar seu sonho político não saiba se controlar e se deixe levar por compulsões "animalescas"?
Para Minette Marrin (do "Times"), "quando ele é possuído pelo espírito do "chaud lapin" (coelho excitado), DSK perde qualquer interesse pelos sentimentos de uma mulher. Ele os ignora e se impõe à mulher, agarrando-a e amassando-a como um dono (...) que não vê nada de errado na ideia de que a mulher não goste; talvez ele nem seja capaz de entender se ela gosta ou não".
Ora, o padrão presumido de DSK não é "animalesco" e é totalmente consistente com seu projeto de vida. Ou seja, o que acontece não é que Strauss-Kahn não controlaria um impulso secreto, que não teria nada a ver com sua vida pública. Ele não pula em qualquer mulher, aconteça o que acontecer. Ao contrário, aparentemente, sua fantasia dominante é a expressão coerente de uma ambição política, de domínio.
Ou você acha que é por acaso que ele teria escolhido mulheres que ele conseguiu manter no silêncio pela simples força de seu status?
A fantasia em jogo no caso (presumido) de Strauss-Kahn é mais complexa (e mais grave) do que o "simples" estupro; ela diz: "Eu te agarro, te uso, E VOCÊ NÃO VAI OUSAR NEM PIAR SOBRE ISSO".
Diferente do que diz Marrin, o Strauss-Kahn das denúncias se importa muito com o que pensam as mulheres, pois ele preza (acima de tudo, talvez) a frustração e a impotência exasperada de suas vítimas, incapazes de denunciá-lo.
Ou seja, à vista das acusações, DSK goza de uma fantasia de poder (mais do que propriamente sexual): seu prazer está em criar uma situação em que a vítima será e se sentirá derrotada, no silêncio. O caso relatado pelos passageiros da Air France é emblemático: a aeromoça não falaria, exatamente como as outras.
De repente, em Nova York, uma camareira imigrante africana teve a coragem de falar.
A ideia de que o senhor feudal teria o direito de deflorar as noivas de suas terras (dito "direito da primeira noite") é provavelmente um mito -ao menos, enquanto instituição jurídica.
Mas o tal "droit de cuissage" (direito de encoxar), embora não instituído, devia ser uma fantasia exercida sem dificuldade e sem risco: quem ousaria se queixar de ser agarrada pelo senhor das terras, e qual noivo ousaria pedir satisfação?
A família de meu pai é originária de uma cidade perto de Ivrea, no Piemonte, onde se celebra o carnaval com a Batalha das Laranjas.
É assim: uma jovem da cidade é escolhida "filha do dono do moinho" e simboliza uma mulher do povo, que cortou a cabeça de um duque que exigiu passar com ela a famosa primeira noite.
Milhares de cidadãos, vestidos a caráter, do domingo à terça de Carnaval, metralham com laranjas os guardas do duque que desfilam pela cidade de charrete. Alguns dizem que é um despropósito: são toneladas de laranjas desperdiçadas, a cada ano. Mas eu sempre achei que valia a pena".

24 de maio de 2011

QUARTA-FEIRA DIA 25/05 - CICLO DE CINEMA: COM O SOLISTA

FILME : “O SOLISTA” (2009)
DIA: 25/05 (quarta-feira)
Sinopse: Drama baseado em fatos reais sobre o redentor poder da música. Na história, o jornalista Steve Lopez (Robert Downey Jr.) descobre por acaso a existência de Nathaniel Anthony Ayers (Jamie Foxx), um ex-estudante da universidade Julliard e prodígio em música clássica, que agora se vê na condição de sem-teto e passa os dias tocando violino e violoncelo nas ruas de Los Angeles. Um talento nato, seu sonho é um dia tocar no Walt Disney Music Hall.
Envolto na trágica ironia da vida de Nathaniel, Lopez parece esquecer que é o jornalista, em sua vida de solitário divorciado, viciado em trabalho. Encontra um novo sentido ao tentar entender o talento, a resistência e a ingenuidade que Nathaniel mantém vivendo em meio ao perigo e à miséria, receoso em sair das ruas, com pânico de ser internado. Entra também em questão a maneira como as doenças mentais são encaradas na sociedade e se misturam aos problemas sociais.
Temas abordados: esquizofrenia, saúde mental, solidariedade, exclusão social
Debatedores convidados:
- Oriana Holsbach Hadler - Psicóloga, com formação em Psicodrama e mestre em Psicologia
-Vanessa Rodrigues Alves é psicóloga, especialização em Psicologia do Esporte e do Exercício Físico e em Psicodrama. Trabalha com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social (Cidadania), pela Associação de moradores da Vila Sta Anita.

18 de maio de 2011

CICLO DE CINEMA COM JANELA DA ALMA


FILME: “JANELA DA ALMA” (2001)
DIA: 20/05 (sexta-feira)
Horário: 19h
Sinopse: Filme brasileiro premiado, “Janela da Alma” (2001) é um documentário de João Jardim e Walter Carvalho. Dá voz e vez a dezenove pessoas com deficiências visuais diversas, desde a miopia discreta até a cegueira total. Elas apresentam sua visão de si mesmas, suas observações acerca dos outros e de suas percepções do mundo. Fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão. O documentário resulta em uma reflexão emocionada sobre o ato de ver, ou não, o mundo e como isso é feito. Entre essas pessoas, um dos mais interessantes depoimentos é o do escritor português José Saramago, celebridade convidada por ter, em 1995, publicado o romance “Ensaio sobre a Cegueira”.  O autor conquistou o Prêmio Nobel de Literatura três anos depois.
Temas abordados: subjetividade, relativismo, inclusão
Debatedores convidados:
- Oriana Holsbach Hadler – Psicóloga, com formação em Psicodrama e mestre em Psicologia
- Roberta Peters – Graduação em Ciências Sociais e mestrado em Antropologia
- Oscar Ulloa - Psicólogo, doutorando em Educação


Texto produzido pela debatedora Roberta Peters

Comentário sobre o filme Janela da alma:

São muitas as reflexões que o filme nos permite, até porque a visão é um dos sentidos mais importantes se não for o mais importante. Então, o filme nos provoca o tempo todo a pensar a dicotomia entre o fisiológico e o simbólico, ou seja, olhar é o mesmo que ver? Qual o significado do olhar? Vemos exclusivamente com os olhos? Vou tentar, ao longo do texto, levantar algumas possibilidades de resposta para essas questões.

Sem dúvida alguma, a função fisiológica da visão deve ser entendida através dos filtros existentes entre a realidade e a representação dessa realidade. Esses filtros podem ser perceptivos, porque não podemos conhecer o que não conseguimos perceber pelos órgãos sensoriais (e eles são cinco), também podem ser emocionais já que a emoção é um processo básico do ser humano e atencional, uma vez que precisamos processar o que vemos e vivemos.

Mas todas essas explicações técnicas de como operamos enquanto humanos nos remetem a uma questão filosófica que surgiu com o homem e que até hoje não objetivamos: afinal de contas o que é a realidade? Essa questão trazida no filme pelo escritor filósofo José Saramago é de extrema relevância na medida que pretendemos compreender o significado de tudo isso. Saramago resgata um outro grande filósofo chamado Platão, o qual escreveu uma obra intitulada A república em que narra um mito que até hoje serve como metáfora para pensarmos a respeito do significado do que vemos e do que é profundamente a realidade. O objetivo de toda a filosofia é encontrar as verdades, é chegar à essência das coisas, não se contentar com as aparências e esse movimento extrapola qualquer experiência sensorial porque é uma experiência também racional, intelectual e inteligível.

Para quem não conhece o mito da caverna de Platão, gostaria de apresentar um trecho:

Imagina homens em morada subterrânea, em forma de caverna, que tenha em toda a largura uma entrada aberta para a luz; estes homens aí se encontram desde a infância, com as penas e os pescoços acorrentados, de sorte que não podem mexer-se nem ver alhures exceto diante deles, pois a corrente os impede de virar a cabeça; a luz lhe vem de um fogo aceso sobre uma eminência, ao longe atrás deles, imagina que, ao longo desse caminho, ergue-se um pequeno muro, semelhante aos tabiques que os exibidores de fantoches erigem à frente deles e por cima dos quais exibem as suas maravilhas.

Os prisioneiros só enxergam as sombras projetadas pelo fogo sobre a parede da caverna. Imaginemos que um prisioneiro se liberta e finalmente enxerga os objetos reais, não ficaria ele confuso se a realidade são os objetos que agora está vendo ou as sombras que vira até então? Será obrigado a decidir onde se encontra a realidade no que vê agora ou nas sombras em que sempre viveu? Esse sujeito vive ferido pela luz, uma vez que seus olhos não se acostumam facilmente com a nitidez das coisas iluminadas. Tal aprendizado é doloroso e gera medo na medida que o mais confortável seria retornar à caverna.

O que é a caverna para o Platão? O mundo das aparências em que vivemos. Que são as sombras projetadas no fundo? As coisas que percebemos. O que são as correntes? Nossos preconceitos e opiniões, nossa crença de que o que estamos percebendo é a realidade. O que é a luz do sol? A luz da verdade. O que é o mundo iluminado pelo sol da verdade? A realidade.

No filme, Saramago afirma que nunca vivemos tanto na caverna de Platão. Hoje as imagens substituem a realidade, imagens essa que existem em superabundância, como nos traz o diretor Win Wenders. Por isso, somos incapazes de prestar atenção, de nos emocionarmos, processos, como falamos, básicos do ser humano. O tempo todo às imagens querem nos vender algo, mas o que o precisamos é que essas imagens produzam um significado. Essa é uma das características do que chamamos de pós-modernidade: o imediatismo, a superficialidade e o caráter descartável da informação, uma vez que não temos mais tempo. Citando Win Wenders, temos tudo em excesso, menos o tempo: tempo para sonhar, tempo para pensar, tempo para sentir.

Não conseguimos mais ver! Segundo o neurologista Oliver Sacks, somos criaturas emocionais. No entanto, vivemos em um processo de banalização das emoções as quais ocorrem através de todas as nossas sensações e experiências que extrapolam a visão. Se a visão interior é a que a gente desenvolve mais, segundo o poeta, estamos realmente nos cegando na medida que o humano não nos sensibiliza mais: conseguimos passar por um morador de rua, um pedinte, com toda a naturalidade; conseguimos atropelar um cão na rua e não parar o carro; segregar as pessoas pela cor, pela classe social ou até mesmo por ter algum transtorno mental. O olhar dos outros provoca uma lesão interna, como relatou a cineasta Marjut, muitas vezes irreversível. Sem dúvida, Saramago, nos cegamos da sensibilidade, embrutecemos.

Como é possível a humanidade produzir coisas tão sujas, mas ao mesmo tempo outras tão belas como a arte, a música, o afeto e o próprio ser humano. Aqueles que não enxergam com os olhos, o fazem com tantos outros órgãos e são capazes de ver a si próprios e ao mundo com muita lucidez. Vivemos em um mundo visual, mas aprendemos constantemente com aqueles que não compartilham desse mundo. Chamou-me muita a atenção o relato do vereador de Belo Horizonte que disse que não tem nenhuma dificuldade sexual, porque o toque no escuro seduz muito mais do que a imagem. O tato é dos nossos sentidos, o que mais transmite afeto e o paradoxo é que cada vez nos tornamos mais individuais e nos tocamos menos. Portanto, creio eu, que não vemos exclusivamente com os olhos.

Mas ainda me pergunto se ver e olhar significam a mesma coisa? Enquanto a palavra ver me reporta a algo mais técnico e enquadrado, o olhar me remete a algo mais complexo e amplo que envolve nossas bases culturais e psíquicas de forma a elaborar um significado.  O social produz subjetividades e por isso me pergunto se realmente olhamos ao vivo, como o faz o fotógrafo cego. Tenho formação em antropologia e agora me aventuro na formação em psicologia e cada vez mais me dou conta o quanto o olhar é um treino e saber olhar requer sensibilidade, mas também requer conhecimento. Cada área do saber treina o nosso olhar para algo. Não nasci antropóloga, aprendi a ser antropóloga. Todo o aprendizado cria um viés para o nosso olhar. Eu posso olhar um morador de rua e pensar que ele é um construto da sociedade de classes, do capitalismo que produz indivíduos mais e menos humanos, mas também posso olhar a mesma cena e pensar que é uma pessoa que não se esforçou o suficiente na vida e por isso é um perdedor, ou ainda pensar que ele é fruto de um arranjo familiar que o desorganizou profundamente. Ou seja, o entendimento do que é a realidade é enviesado, não é neutro. Não há neutralidade no nosso olhar, nosso olhar é sim político e produtor de discursividades, porque a forma como olhamos o mundo fala muito daquilo que somos, daquilo que fomos e do desejamos ser.

13 de maio de 2011

Professora do curso de Psicologia lança livro infantil

Luciane Raupp, professora do curso de Psicologia da IENH, escreve uma obra inusitada e surpreendente!
Confira no blog http://luhraupp.blogspot.com/

Resenha do filme "O Homem elefante"




John Merrick (John Hurt) é um inglês que vive recluso em um circo por ter uma doença que desfigurou seu rosto. Ele é descoberto por um médico (Anthony Hopkins), que deseja integrá-lo à sociedade não como um “esquisito”, mas como alguém normal e culto. O problema é que as pessoas não estão prontas para isso, e John terá que sofrer muito para ser tratado como ser humano.



Resenha do filme "O Homem elefante"

Danúbia dos Santos Vieira- aluna do primeiro semestre do curso de Psicologia da faculdade IENH


O filme "O Homem Elefante" de David Linch, que assistimos na disciplina de Antropologia Social, conta a história real de John Merrick, jovem que viveu na Inglaterra do século XIX e possuia uma doença genética que deformou seu corpo.
Na história, podemos distinguir perfeitamente o significado de conceitos como alteridade ou “relação com outro”, assim como etnocentrismo presente na relação das pessoas com John Merrick.
O filme tem muitas cenas marcantes e emocionantes, começando ela emoção do médico ao ver Merrick a sua frente. O seu entusiasmo é tão grande que ele paga um valor ao “proprietário” de Merrick (ele vivia em um circo e era apresentado como atração bizarra) para apresentá-lo aos colegas de medicina, mostrando a anatomia do jovem totalmente diferente da convencional e surpreendente .
Merrick para muitos era considerado uma aberração, mas o médico viu muito além de sua anatomia. Em um primeiro momento até o viu como um achado, mas ao conhecer quem realmente era Jonh Merrick, seu sentimento se transformou em respeito e admiração pelo ser a sua frente.
A sua aparência não era bela, e desde pequeno sofreu as conseqüências do preconceito, o abandono seguido dos maus tratos de seu “proprietário” que o apresentava no circo como o “O Homem Elefante”.
Conforme o que discutimos em aula a partir do texto “ O desenvolvimento do Conceito da Cultura, “O homem é o resultado do meio cultural em que foi socializado”. Nesse sentido, pode-se perceber a própria aceitação por parte das pessoas e até dele próprio como "aberração de circo", em vez de ser aceito como ser humano.
Merrik era extremamente sensível e inteligente, mas como ele estava condenado a ser o "homem elefante" desde o seu nascimento, o próprio se reconhecia, mesmo com todo sofrimento, como um ser diferente, anormal e até como um "monstro".
Podemos verificar com o filme que a cultura é introduzida na nossa sociedade de várias maneiras, e às vezes ela nos condiciona a reagir de forma negativa em relação ao “outro”. Aqueles que não se enquadram no "padrão culto da sociedade" ou comunidade, são alvos de preconceitos, conforme Kroeber “ A cultura mais do que a herança genética, determina o comportamento do homem e a justiça de suas realizações."( Kroeber,p.48)
Um exemplo que justifica a afirmação dessa frase no filme seria o dono do Circo se dizer "dono" de Merrick, ou considerá-lo como um "ganha pão", devido a sua deformidade genética, por ele não ser considerado “normal”, dava o direito de propriedade a algum sujeito com fisionomia perfeita.
Por outro lado, vemos o comportamento do médico que busca ajudar Merrick. É comovente, a vontade e o esforço do médico em entender o que ele sentia, ou pensava naquele momento, "para os demais não o julgarem como um aparelho”, objeto de curiosidade com uma deformidade.
Aquele ser enfermo, cheio de deformidades externas causa grande discussão entre os membros da sociedade médica, por não aceita-lo. Mas, na medida em que o tempo passa, Merrick descobre ou redescobre o seu lado humano, deixando aflorar a sua intelectualidade e sua sensibilidade não se vendo mais como aquele ser apavorante. Ele se aceita, independente de o médico poder curá-lo.
A repercursão de Merrick na sociedade, “comove” a rainha, e faz com que ela se posicione em favor de sua residência no hospital. Essa parte do filme mostra mais uma vez a influência de um poder maior (no caso a Rainha que representava o Estado) de realizar uma ação (aceitação de Merrik como morador permanente do hospital) para garantir os direitos humanos a um cidadão. A decisão foi acatada pelo conselho médico, que já demostrava certa contrariedade à permanencia de Merrik no hospital.
O filme retrata bem a impressão que temos de algo ou alguém diferente do que nos é apresentado, sentimos repulsa, pena ou pré-conceito sem antes analisar ou se colocar no lugar do outro, na condição do outro.
Uma cena que me comoveu muito foi o lado sentimental de Merrick ao conhecer a esposa do médico, que era muito bela e o tratou com carinho e educação. Primeiro ele chora e depois comenta “que era a primeira vez que ele era bem tratado por uma bela mulher”.
Esse sentimento de se sentir bem diante de uma dama é logo transformado em um sentimento de medo ou pavor com a presença do vigia noturno, que o submete ao ridículo diante das outras pessoas por ser diferente. Ele sentia prazer em apavorá-lo em frente de um espelho .
Trazendo essa história para nossos dias, podemos identificar a questão de quem é considerado “normal” ou "anormal" em nossa sociedade moderna. Também quando se busca tirar proveito e vantagem do mais fraco ou rejeitado. E quem de nós consegue bater de frente com as situações impostas sem sofrer as conseqüências?
Na época, Merrik bateu de frente com o seu ex dono quando ele queria o levar novamente para aquela vida de miséria. Reagindo, e se negando a agir como um elefante, ele não estava mais disposto a ser tratado com indiferença ou como um animal e ficar calado, não depois de ter tido a oportunidade de ser bem tratado independente de sua deformidade.
Situações similares a de Merrik podem ser encontradas na atualidade, onde muitas pessoas ou crianças sofrem preconceitos por serem gordinhas, negras, pobres ou "feias" (no conceito de beleza ditado pelos meios de comunicações). Quantos são explorados sutilmente sem se darem conta, ou quando se dão conta, o tempo já não contribui mais para ser revertida a situação?
Merrick, no final do filme, mostra a todos que ele já não aceitava mais aquela situação em que viveu grande parte de sua vida por causa de sua deformidade. Ao chegar na estação e ser perseguido pela multidão ele grita dizendo: " Não sou um animal, sou um Ser Humano”.
O filme do "Homem Elefante" nos traz muitas lições e nos ilustra uma série de questões que enfrentamos ainda hoje nas relações humanas.
Se todos nós tivéssemos essa consciência de não sermos encurralados ou nos deixar encurralar pelos outros ou simplesmente aceitar "costumes" e "heranças" preconceituosas que já herdamos ao nascer em uma sociedade que é dominada pelo consumismo, por visões etnocêntricas e racistas, com governos deficientes e uma cultura que na maioria das vezes não representa a realidade da maioria das pessoas, viveriamos bem melhor.
Temos que aprender a respeitar as diferenças, se colocar no lugar do outro, entender, aceitar que somos diferentes nas nossas particularidades, e isso deve ser respeitado e não criticado.

6 de maio de 2011

Um artigo de Maria Rita Kehl




Fetiches e perversões
Maria Rita Kehl*

O casal jovem está sentado frente a frente na mesa de um restaurante caro. A cena reproduz o tipo de encontro que já está configurado no imaginário romântico de nossa época. É nas mesas de bares e restaurantes, frente a frente, que as pessoas flertam, se declaram, se encontram para conversar e namorar. Sabemos que o encontro amoroso, assim como todas as relações humanas, é atravessado por alguns objetos: a decoração da sala, a comida e as bebidas, as roupas e adereços dela e dele. 

O encontro amoroso não acontece entre dois; ele é mediado pela linguagem, que se faz presente também na forma de objetos que a cultura e a classe social consideram adequados para a ocasião. Assim o vinho, os talheres, a música ambiente, a comida e o preço da comida participam do encontro, demarcando e ao mesmo tempo preenchendo um intervalo entre os parceiros. Este intervalo, esta descontinuidade entre um e outro é que permite a circulação do desejo, como se fosse – mas não é – o puro desejo de um pelo outro.

Na cena que descrevo, o rapaz está tentando dizer algo à moça. Começa timidamente, hesita – o espectador percebe que ele esboça um pedido de casamento. Mas o olhar da moça é distante. Custamos a interpretar seu sorriso de polida indiferença, até que a câmera faz um giro e conduz nosso olhar para fora da janela, para onde o olhar da moça se dirige. Lá está um carro novinho, de cuja marca não me lembro (mas sei que é vermelho). Quando o noivo, cada vez mais embaraçado, termina seu pedido, ela cai em si e pergunta: “desculpe, o que você dizia…?” A ironia é confirmada pela voz do locutor que alerta os espectadores para o objeto que realmente interessa às moças casadoiras. Se o rapaz não puder oferecer a ela o carro x, desista da empreitada.

O carro introduz-se entre os dois namorados não como um objeto a mais entre os outros – vinho, talheres, cardápio, preço – uma série cujos elementos podem sempre ser substituído por outros. Nessa propaganda, o carro não é um entre os muitos objetos mediadores do desejo (sexual); é ele, este artefato mecânico revestido de lata e tinta brilhante, que se instala no lugar de um dos parceiros como se fosse o próprio objeto do desejo. 

Se os outros acessórios fálicos recortam o lugar da falta a partir do qual o desejo circula, o carro x, que desvia a atenção da mulher no momento em que o homem lhe pede que seja sua esposa, está no lugar (imaginário) do objeto (simbólico) do desejo. Agora, o homem é que ocupa o lugar acessório; casar-se com ele seria, para ela, apenas um meio de acesso ao gozo/carro. O homem tornou-se supérfluo diante do único bem que interessa à moça de maneira absoluta. 

O carro é o objeto irrecusável do desejo, tanto dela quanto do espectador, convocado a identificar-se não com o olhar ingênuo do moço, que ignora o que sua noiva vê, mas com o olhar indiferente e sonhador dela, focando o carro zero estacionado do lado de fora. Ao contrário da mulher freudiana, esta personagem publicitária sabe exatamente o que quer; diante disso o pretendente, que lhe oferece o pobre substituto de um compromisso de amor, faz papel de otário.

Como bem lembrou Eugênio Bucci em vários de seus artigos sobre televisão para a Folha de S. Paulo e o Jornal do Brasil, o apelo psicológico comum a todas as formas de publicidade visa à dinâmica da inclusão e da exclusão. A publicidade, escreve Bucci, vende sempre a mesma coisa: a proposta de uma inclusão do sujeito às custas da exclusão do outro. A identificação do espectador como consumidor do produto que se apresenta como capaz de agregar valor à sua personalidade promove sua inclusão imaginária no sistema de gosto, na composição de estilos, que move a sociedade de consumo. 

Goza-se com isso: não tanto da própria inclusão (que pode não passar de uma fantasia), mas da exclusão do outro. O que a publicidade vende, portanto, é exclusão. Não é imprescindível que a exclusão seja de classe, como ocorre em outro anúncio em que os meninos de rua que pedem para tomar conta e limpar os carros ao preço de um real brigam pelo privilégio de polir o modelo top de linha de um feliz playboy que acabou de estacionar. A exclusão pode ser de estilo. 

Durante a copa, um comercial de cerveja mostrava um torcedor que errou ao oferecer uísque em vez de Skol aos amigos que foram assistir ao jogo em sua casa. Diante da gafe imperdoável, foram todos tomar a cerveja certa no bar ao lado, excluindo o anfitrião da alegria coletiva. Não foi uma troca de produto – a cerveja pelo uísque – mas de companhia. O uísque, bebida errada na hora errada, desqualificou o anfitrião perante seus amigos. Este mostrou-se tão otário quanto o pretendente da moça do primeiro comercial que não entendeu qual seria o verdadeiro objeto da sua paixão. É óbvio que a relação que se estabelece é entre as pessoas e as coisas. Ou entre as próprias coisas, que se relacionam, se avaliam e se atribuem significações na medida em que as pessoas (reduzidas a consumidores) se perfilam diante de suas marcas.

Aquela mulher que sabe o que quer, no entanto, não é o mestre do gozo na pequena peça publicitária que escolhi para abrir esse artigo. Se ela sabe que quer é porque um outro, em posição de mestria, lhe apresentou um objeto imperativo da satisfação garantida. Para nós, espectadores, o mestre é o publicitário. É ele quem dirige nosso olhar para o objeto que atrai o olhar dela. É ele quem promove a iniciação dos sujeitos desejantes, convocados desde o lugar de consumidores, em relação às possibilidades de gozo em circulação no mercado. Mas para a personagem do filme de propaganda, no qual a autoria do publicitário está elidida, o objeto do desejo se apresenta por conta própria, como por obra dos deuses do acaso. Ele entra em cena através de um giro da câmera que conduz, “naturalmente”, o nosso olhar; está ali, na calçada fora do restaurante, para que a moça reconheça em suas formas, em sua cor vermelha, mas acima de tudo na marca de fabricação, o objeto inquestionável do desejo.

Os deuses do acaso dispõem as mercadorias em circulação no mundo contemporâneo como o antigo Deus cristão dispunha das forças da natureza para abençoar ou castigar seus fiéis. Uma nova versão imaginária do Outro ocupa o lugar – lugar de um Ser onipresente, onisciente e onipotente – deixado vazio quando parte da humanidade deixou de orientar suas escolhas a partir da crença no Deus judaico-cristão. 

Um Outro que enuncia o que deseja de nós e promete suas bênçãos para aqueles que melhor se dispuserem a atender suas demandas. Este Outro pode ser, simbolicamente, o Mercado, filho enviado à terra por seu Pai, o Capital – abstrações sem nome e sem rosto que determinam nosso destino e, de um lugar simbólico fora do nosso alcance, nos submetem às leis inflexíveis do Seu gozo.


Maria Rita Kehl,é psicanalista, doutora em psicanálise pela PUC de São Paulo, poeta e ensaísta. Autora de A mínima diferença: O masculino e o feminino na cultura((1996); Deslocamento do Feminino(1998), Ressentimento(2004),O tempo e o cão(2009)
Este artigo foi publicado originalmente no blog da Editora Boitempo.

3 de maio de 2011

CURSO DE EXTENSÃO PSICODIAGNÓSTICO NA INFÂNCIA


ACESSE: http://www.ienh.com.br/extensao/psicoi/

Tendo em vista que a área da avaliação psicológica está em processo de evolução e, por isso, vem passando por diversas transformações, faz-se necessário a realização de um curso atualizado na área do psicodiagnóstico na infância. Serão abordados temas como: os fundamentos do psicodiagnóstico; a aplicação, correção e integração dos resultados obtidos a partir de testes psicométricos e projetivos; a redação do informe psicológico e as entrevistas de devolução. Em suma, o propósito principal do curso é difundir, discutir e promover experiência da prática do psicodiagnóstico na infância.

OBJETIVOS- Incentivar a formação continuada dos alunos e profissionais da área da avaliação psicológica, especificamente no que se refere ao psicodiagnóstico na infância.
- Refletir acerca da fundamentação teórica do processo de psicodiagnóstico.
- Capacitar e instrumentalizar alunos e profissionais para aplicação, correção e interpretação de testes psicométricos e projetivos.
PÚBLICO-ALVOProfissionais e estudantes de Psicologia.
PROGRAMAMódulo I - Fundamentos do psicodiagnóstico na infância
Entrevista inicial com pais, anamnese, hora de jogo, o setting e a seleção da bateria de testes, as entrevistas devolutivas e a redação do informe psicológico (casos clínicos).
Carga horária: 6 horas
Ministrante: Ms. Vanessa Stumpf Heck
Data e horário
06/08, sábado, das 9h às 12h
20/08, sábado, das 9h às 12h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 60,00
Comunidade em geral – R$ 70,00
Módulo II - Diagnóstico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade na infânciaAvaliação inicial com os pais; avaliação com a criança; avaliação com os professores; uso de testes psicométricos na avaliação da atenção; diagnóstico de TDAH na infância; casos clínicos.
Carga horária: 4 horas
Ministrante: Ms. Jeane Lessinger Borges
Data e horário
26/08, sexta-feira, das 18h às 22h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 40,00
Comunidade em geral – R$ 50,00
Módulo III – Avaliação de risco e proteção em criança em situação de vulnerabilidadeDefinição de fatores de risco e de proteção; avaliação dos contextos do desenvolvimento (família, instituição e a rua); avaliação de situações de risco; a notificação de situações de violência; o trabalho na rede de proteção.
Carga horária: 4 horas
Ministrante: Ms. Jeane Lessinger Borges
Data e horário
27/08, sábado, das 8h às 12h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 40,00
Comunidade em geral – R$ 50,00
Módulo IV - Avaliação da inteligência na infânciaDefinição de psicometria, breve histórico dos testes de inteligência e aplicação, correção e interpretação dos seguintes testes: WISC-III, Matrizes Progressivas Coloridas de Raven e Escala de Maturidade Mental Columbia.
Carga horária: 6 horas
Ministrante: Ms. Flávia Wagner
Data e horário
03/09, sábado, das 9h às 12h
17/09, sábado, das 9h às 12h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 60,00
Comunidade em geral – R$ 70,00
Módulo V - As técnicas projetivas no psicodiagnóstico infantilA técnica dos Desenho-Estória, o Teste H.T.P e Teste de Contos de Fadas.
Carga horária: 6 horas
Ministrante: Ms. Lisandre Dreyer da Silva Matte
Data e horário
01/10, sábado, das 9h às 12h
15/10, sábado, das 9h às 12h
Investimento
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 60,00
Comunidade em geral – R$ 70,00
MINICURRICULOS MINISTRANTES
Jeane Lessinger Borges
Psicóloga (UNISINOS), Mestre em Psicologia (UFRGS), Pesquisadora em Psicologia do Desenvolvimento em situações de vulnerabilidade psicossociais, violência contra crianças e psicóloga clínica – abordagem Terapia Cognitiva-Comportamental. Professora da SETREM.
Vanessa Stumpf Heck
Doutoranda e Mestre em Psicologia pela UFRGS. Especialista em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica pelo IEPP.
Flávia Wagner
Psicóloga, Especialista em Psicologia Clínica - Avaliação Psicológica (UFRGS), Mestre e Doutoranda em Psicologia (UFRGS).
Lisandre Dreyer da Silva Matte
Psicóloga, Mestre em Psicologia Social e da Personalidade (PUCRS). Especialista em Psicoterapia de Orientação Psicanalítica pelo IEPP.
INVESTIMENTO PARA TODO O EVENTO
(Carga horária total: 26 horas)
Interessados em realizar todos os módulos do curso terão desconto no valor final.
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 247,00
Comunidade em geral: R$ 260,00
CONDIÇÕES DE PAGAMENTO: inscrições realizadas diretamente com o Protocolo da Fundação Evangélica, podem ser parceladas em até 04 vezes no cartão de crédito.
Observação: Para receber o desconto de Alunos, Ex-alunos e Instituição conveniada, é necessário efetuar o pagamento no Protocolo da Fundação Evangélica.
LOCAL: Sala de Conferências da Unidade Fundação Evangélica.

1 de maio de 2011

Para refletir no dia internacional dos trabalhadores




A "função" do trabalho infantil

Paulo Marques- Professor Antropologia Social- Curso de Psicologia IENH

A data que marca o dia internacional dos trabalhadores é um importante momento para uma reflexão sobre o sentido do trabalho na sociedade contemporânea e do por quê, em pleno século XXI, com toda a tecnologia disponível, ainda temos que conviver com o trabalho infantil. Este vídeo produzido por estudantes em um trabalho escolar permite-nos refletir sobre esta triste realidade.

O trabalho infantil no Brasil ainda é um grande problema social. Milhares de crianças ainda deixam de ir à escola e ter seus direitos garantidos, e trabalham desde a mais tenra idade na lavoura, campo, fábrica ou casas de família, muitos deles sem receber remuneração alguma. Hoje em dia, em torno de 4,8 milhões de crianças de adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil, segundo PNAD 2007. Desse total, 1,2 milhão estão na faixa entre 5 e 13 anos.

Ao terem que dividir o tempo entre a escola e o trabalho, o rendimento escolar dessas crianças é prejudicado, passando a ser sérias candidatas ao abandono escolar e, consequentemente, ao despreparo para o mercado de trabalho, tendo que aceitar sub-empregos e, assim, continuarem alimentando o ciclo de pobreza no Brasil.

Como já era de se esperar, o trabalho infantil ainda é predominantemente agrícola. Cerca de 36,5% das crianças estão em granjas, sítios e fazendas, 24,5% em lojas e fábricas. No Nordeste, 46,5% aparecem trabalhando em fazendas e sítios.

A UNICEF declarou no Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil (12 de junho) que os esforços para acabar com o trabalho infantil não serão bem sucedidos sem um trabalho conjunto para combater o tráfico de crianças e mulheres no interior dos países e entre fronteiras. No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, a UNICEF afirma com base em estimativas que o tráfico de Seres Humanos começa a aproximar-se do tráfico ilícito de armas e drogas.

Longe de casa ou num país estrangeiro, as crianças traficadas – desorientadas, sem documentos e excluídas de um ambiente que as proteja minimamente – podem ser obrigadas a se prostituirem, trabalharem como domésticas em regime de servidão, casarem-se precocemente ou, ainda, a trabalharem em ambientes perigosos.

Embora não haja dados precisos sobre o tráfico de crianças, estima-se que haverá cerca de 1.2 milhões de crianças traficadas por ano.

Quando estudamos na disciplina de Antropologia Social temas como o paradigma funcionalista podemos exemplificá-lo a partir do trabalho infantil, ou seja, um processo que se justifica pela "função" que cumpre na acumulação de capital e na ampliação do lucro de muitas empresas.
Identificar as diferentes teorias sociológicas é importante para compreendermos como alguns conceitos científicos ainda são utilizados para justificar práticas como esta.

CURSO DE EXTENSÃO EM PSICOLOGIA JURÍDICA

PROGRAMA
Seminário 1: Psicologia Criminal e Avaliação dos Transtornos de PersonalidadeEmenta: Apresenta um panorama da Psicologia Criminal no Brasil. Momentos de atuação do psicólogo criminal e perícia. Transtornos de Personalidade e do comportamento adulto com foco no comportamento antissocial, na instabilidade emocional e nos estudos do comportamento violento.
Ministrante: Dra. Margareth Uart Christoff
Carga horária: 8 horas
Data: 21/05 - horário: 8h às 12h
Data: 04/06 - horário: 8h às 12h
Investimento:
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 50,00
Comunidade em geral – R$ 60,00
Seminário 2: Psicologia Jurídica e suas interfaces com o Direito de FamíliaEmenta: Enfoca princípios básicos do campo da Psicologia Jurídica e suas interfaces com o Direito de Família. Aborda as transformações paradigmáticas da instituição família e seus efeitos sobre o indivíduo, sobre as relações familiares e sociais e instituições jurídicas. Discute também aspectos psicológicos do processo de separação, guarda e regulamentação de visitas. Reflete sobre as práticas psicológicas no campo da justiça no que diz respeito à mediação familiar. E, por fim, debate sobre os aspectos psicológicos envolvidos no processo de adoção de crianças e de adolescentes.
Ministrante: Dra. Débora S. de Oliveira
Carga horária: 8 horas
Datas: 18/06
Horário: 8h às 12h e 13h às 17h
Investimento:
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 50,00
Comunidade em geral – R$ 60,00
Seminário 3: Violência Intrafamiliar contra crianças e adolescentesEmenta: Aborda a violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes como um fenômeno complexo e interdisciplinar em interface com a área do Direito. O objetivo deste módulo é construir uma prática interdisciplinar entre Psicologia Jurídica e Direito no que tange aos aspectos emocionais que envolvem o fenômeno da violência intrafamiliar especialmente a acometida contra crianças e adolescentes.
Ministrante: Dra. Débora S. de Oliveira
Carga horária: 4 horas
Datas: 02/07 - horário: 8h às 12h
Investimento:
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 25,00
Comunidade em geral – 30,00
Seminário 4: A saúde da mulher vítima de violênciaEmenta: Estuda questões envolvidas e determinantes da violência contra a mulher, suas características, peculiaridades e conseqüências ao longo da vida das vítimas. A partir da compreensão do fenômeno, aponta para alternativas de redução da incidência e seus impactos.
Ministrante: Dr. Rogério Göttert Cardoso
Carga Horária: 8 horas
Data: 21/05 - horário: 13h às 17h
Data: 04/06 - horário: 13h às 17h
Investimento:
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas – R$ 50,00
Comunidade em geral – R$ 60,00
MINI-CURRÍCULOS DOS MINISTRANTES
Margareth Uart Christoff
Psicóloga, Especialista em Teoria Psicanalítica, Mestre e Doutora em Sociologia (UFRGS). Psicóloga Clínica e professora do curso de pós-graduação em Ciências Penais da Faculdade de Direito da UFRGS e do curso de Psicologia da Faculdade IENH.
Rogério Göttert Cardoso
Médico psiquiatra pelo Conselho Federal de Medicina, aperfeiçoamento em medicina de perícia e análise – psiquiatria forense – pela Escola Penitenciária RS, aperfeiçoamento em problemas da delinquência, especialista em administração hospitalar, psiquiatra forense do Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso, professor de psiquiatria do Instituto Abuchaim, professor de psiquiatria forense e Chefe do Departamento de Psiquiatria Forense da Fundação Psiquiátrica Mário Martins e psiquiatra clínico e forense.
Débora S. de Oliveira
Psicóloga, Mestre e Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS. Membro do NUDIF/UFRGS. Especialista em Terapia de Família e de Casal (INFAPA) e em Psicologia Jurídica (FMP). Psicóloga Clínica e Docente da Faculdade do Ministério Público do Rio Grande do Sul (FMP).
CONDIÇÕES DE PAGAMENTO
inscrições realizadas diretamente no protocolo da Fundação, podem ser parceladas em até 04 vezes no cartão de crédito.
LOCALSala de Eventos da Unidade Fundação Evangélica
INVESTIMENTO(Para todos os Seminários)
Carga horária: 28h
Alunos, ex-alunos e instituições conveniadas: R$ 165,00
Comunidade em geral: R$ 200,00