30 de novembro de 2011

Encerrou o Curso de Extensão Ela por Eles/Elas

Encerrou no dia 25 de novembro o Curso de Extensão Ela por Eles/Elas da Faculdade IENH. O evento ocorrido na Biblioteca Ernest Sarlet apresentou o tema: As Personas de Kafka e foi promovido pelo Curso de Psicologia da Faculdade IENH.

A noite esteve repleta de música, literatura, artes visuais, psicologia e filosofia. O comentarista da noite foi o professor Luciano Bedin da Costa. “Neste encontro abordamos o universo feminino kafkaniano pelo viés da filosofia da diferença e psicanálise”, destacou o professor.

Durante o evento esteve presente a fotógrafa do Jornal Zero Hora, Adriana Franciosi, que registrou as imagens da instalação.

Ao final, Luciano autografou seu livro, lançado recentemente na Feira do Livro de Porto Alegre, “Estratégias Biográficas: biografema com Barthes, Deleuze, Nietzsche e Henry Miller”.






26 de novembro de 2011

2ª Mostra de Práticas em Psicologia


2ª Mostra de Práticas em Psicologia 20 a 22 de setembro de 2012, em São Paulo, com o tema "Compromisso com a construção do bem comum", e faz parte das comemorações dos 50 anos da Psicologia como profissão no Brasil. 
Confira: http://mostra.cfp.org.br/

23 de novembro de 2011

ÚLTIMO DIA DO CURSO DISCUTINDO AS RELAÇÕES AMOROSAS...

Dia 22/11, ocorreu a última palestra do curso Discutindo as Relações Amorosas, com a Drª Angela Marin, que trouxe o enfoque da Teoria Sistêmica e Terapia de Família.


16 de novembro de 2011

Apresentação de trabalhos dos alunos de Psicologia sobre Direitos Humanos



A aula de Psicologia, Sociedade e Política, do Curso Superior de Psicologia da Faculdade IENH, do dia 11 de novembro, encerrou a série de apresentações de trabalhos sobre Direitos Humanos. Os últimos dois grupos apresentaram pesquisas sobre os temas da Saúde Mental e preconceito contra homoafetivos. O primeiro grupo formado pelas alunas Katia Daudt e Mayte Caroline apresentou pesquisa sobre o movimento antimanicomial e os direitos de cidadania das pessoas com sofrimento psíquico. O grupo convidou a Psicóloga Glauce que trabalha no CAPS – Centros de Atenção Psicossocial – Novo Hamburgo para falar sobre as políticas públicas de saúde mental realizada no Município.

O segundo grupo, formado pelas alunas Franciele Ribeiro e Ana Claudia Oliveira apresentou pesquisa sobre preconceito e violência contra os homoafetivos e as polêmicas sobre os direitos de cidadania. O grupo mostrou os principais argumentos utilizados por quem discrimina e as demandas deste segmento para garantir, através de lei, os seus direitos de cidadania.

As apresentações realizadas em três encontros percorreram os principais segmentos sociais que ainda sofrem violação dos Direitos Humanos (mulheres, negros, crianças, idosos, pessoas com sofrimento psíquico, homoafetivos) e que buscam, desde a constituição de 1988 efetivar seus direitos de cidadania a partir de políticas públicas.

Com o objetivo de conhecer os principais problemas e as demandas destes setores sociais historicamente discriminados e excluídos, foi utilizado o III Programa Nacional dos Direitos Humanos – PNDH, elaborado em 2010 como parâmetro para a pesquisa.

A partir do estudo dos eixos e estratégias do programa, os grupos realizaram uma pesquisa no âmbito da cidade, buscando conhecer o alcance deste debate na sociedade civil e as providências do poder público para contribuir com a realização dos propósitos do PNDH.

No dia 10 de dezembro, às 10 horas, será realizada uma aula especial da Disciplina Saúde Mental com a presença do Pedagogo Elisandro Rodrigues, produtor e roteirista do documentário "4 reais" que conta a história de Dona Teresinha, usuária do CAPS do Bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo. Na ocasião, Elisandro, que também atua como residente no Centro vai abordar as políticas multidisciplinares de saúde mental.

8 de novembro de 2011

28 de outubro - Todas as mulheres de Charles Bukowski


Acadêmicos de Psicologia realizam trabalhos sobre os Direitos Humanos

Na disciplina de Psicologia, Sociedade e Política, ministrada pelo professor Paulo Marks, os acadêmicos do Curso Superior de Psicologia da Faculdade IENH estão realizando trabalho sobre Direitos Humanos. Eles fizeram um trabalho de pesquisa sobre o tema, onde cada grupo escolheu um assunto específico para trabalhar, como: Direitos das Mulheres, das Crianças, dos Adolescentes, dos Idosos e dos Homoafetivos, Questão Racial e Saúde Mental.

A discussão partiu de estudo preliminar sobre o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) lançado em 2010 e que tramita na Câmara Federal.

Na noite do dia 03 de novembro iniciaram as apresentações dos trabalhos.

O primeiro grupo, das alunas Mariete Campos e Katia Tessalli, realizou pesquisa sobre violência contra as mulheres. O trabalho resgatou o histórico da questão, a luta do movimento feminista e as políticas públicas existentes. Como parte do trabalho o grupo convidou a Coordenadoria Municipal da Mulher de Novo Hamburgo, representada pela coordenadora Fátima Adriana Fraga que realizou uma palestra sobre as políticas públicas executadas pelo órgão no Município.

A coordenadora destacou as ações da Delegacia da Mulher, a criação do Centro de Referência e Atendimento Viva Mulher que realiza assistência psicossocial e orientação jurídica à Mulher; e o Conselho Municipal da Mulher como as principais conquistas realizadas pela coordenadoria que funciona desde 2009. Também discorreu sobre o funcionamento destes órgãos e as ações realizadas em prol do combate à violência contra a mulher. Participou do debate a estudante de Psicologia Rosangela Scurssel que realiza estágio no Centro.



O outro grupo da noite, Evania Weber, Gerson Cunha e Makelli Rodrigues, apresentou o trabalho sobre discriminação racial e a questão das cotas, destacando o processo histórico de discriminação existente no Brasil e as ações afirmativas como forma de combater os efeitos da exclusão social e econômica que sofrem a população negra no país. O grupo destacou os estudos do antropólogo Kabenguele Munanga sobre o tema das cotas, no qual o pesquisador aponta a necessidade de políticas de ação afirmativa como as cotas, principalmente nas Universidades  que ainda é composta por 97% de estudantes brancos. 




Contato com a Coordenadoria da Mulher de Novo Hamburgo:



17 de outubro de 2011

CHARLES BUKOWSKI

Depois de Virginia Woolf, Lispector, dia 28 de outubro (sexta-feira), CHARLES BUKOWSKI será o tema de nosso ELAS por Eles/Elas. Teremos a presença de Diego Souza Marques como comentador e provocador. Então é isso: agendem-se para a data e vistam-se desde já do espírito bukowskiano!!!!
Contamos com a divulgação de vocês em suas listas de e-mails (como de praxe, o encontro é aberto e como direito à certificação para os que assim desejarem).
Luciano Bedin da Costa
Coordenador do evento


3 de outubro de 2011

CLARICE LISPECTOR EM LISPECTORIANAS TENTAÇÕES









No dia 30 de setembro, ocorreu mais uma noite do Curso de Extensão Ela por Eles / Ela por Elas. No encontro, foi trabalhado o conto Tentações de Clarice Lispector pela professora Luciane Raupp. Houve uma leitura dramática do conto realizada por Julia Wolff e Carlos Mateus Souza do grupo de teatro: "Sem nome ainda". Na biblioteca, as pessoas prestigiaram as instalações artísticas que compuseram a atmosfera lispectoriana.

29 de setembro de 2011

EXTENSÃO DISCUTINDO AS RELAÇÕES AMOROSAS


No dia 27 de setembro, ocorreu a primeira palestra do curso de Extensão: Discutindo as Relações Amorosas. Essa noite, foi abordado a temática do amor no pensamento Grego pelo professor Marcelo Vier.
Dia 11 de outubro contaremos com a presença da professora Marta Echenique, que abordará a temática do amor pelo viés do Psicodrama.
INSCRIÇÕES: http://www.ienh.com.br/cursosextensao/ver_curso.php?codigo_evento=12


21 de setembro de 2011

Neste curta metragem, ganhador de diversos prêmios, o diretor Marcio Ramos apresenta uma história que reflete a vida de muitas Marias, retratando a triste reprodução da desigualdade em função da miséria. Mesmo com todas as políticas sociais, não podemos esquecer que ainda sobrevivem no Brasil mais de 16 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha de miséria. Uma situação inaceitável para um país rico como o Brasil, 8ª economia do mundo. A pergunta é: Quem fica com a riqueza produzida por todos? Quantas Marias ainda vivem ou viverão uma "vida Maria"?

Prêmios recebidos pelo curta Vida Maria


* Curta Cinema 2006(RJ)

PREMIO ABD&C

* 10a. Mostra Tiradentes (MG)

MELHOR FILME JURI POPULAR

* Cleveland International Film Festival 2007

(EUA)MENÇÃO HONROSA MELHOR CURTA INTERNACIONAL

* Cine-PE 2007

PREMIO DE CRITICA
MELHOR TRILHA SONORA
MELHOR ROTEIRO
MELHOR FILME
PRÊMIO BNB DE CINEMA

* Curta-SE 2007

MELHOR FILME NORDESTINOPRÊMIO BNB DE CINEMA

* Entretodos – Festival de Direitos Humanos

MELHOR FILME

* Festival de Cuiabá 2007

MELHOR FILMEMELHOR FILME JURI POPULAR

* Cine Ceará 2007

MELHOR FILME
MELHOR CURTA BRASILEIRO – FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA
PRÊMIO DE AQUISIÇÃO CANAL BRASIL
PRÊMIO BNB DE CINEMA

* FAM

MELHOR ANIMAÇÃO

* Festival de Cine de Huesca – España
* Festival Guarnicê 2007

MELHOR DIREÇÃO

* Animamundi

PRÊMIO ESPECIAL DOS DIRETORES DO ANIMAMUNDI
2o LUGAR – MELHOR PRIMEIRA OBRA
2o LUGAR – MELHOR ANIMAÇÃO BRASILEIRA

* Animotion – Romênia
* Seminário Internacional de Cinema da Bahia

MELHOR FILME

* Festival de Garanhuns
* 2o Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo
* 2o Granimado

MELHOR ROTEIRO
MELHOR TRILHA SONORA

* Festival de Curta de São Paulo

KINOFORUM - 10 MELHORES
PRÊMIO UNIBANCO

* Festival de Santos
* Bite The Mango – Leeds Film Festival – UK
* 3o Curta Canoa

MELHOR FILME

* 3o Tudo Sobre Mulheres

MELHOR ANIMAÇÃO

* 2o Festival do Paraná de Cinema

MELHOR FILME

* 4o Amazonas Film Festival 2007

MELHOR FILME

* Vitória Cine Vídeo

MELHOR FILME JURI POPULAR

* 15o Fensacor – Festival Chileno Internacional del Cortometraje

MELHOR ANIMAÇÃO INTERNACIONAL

* Primeiro Plano – Juiz de Fora

MELHOR FILME JURI POPULAR

* 5o Fest Cine Amazonia

MELHOR ANIMAÇÃO

* IX FIC BRASILIA – II Festival do Itamaraty

PRÊMIO ESPECIAL DO JURI

* 29 Festival Intrnl. del Nuevo Cine Latinoamericano – Habana/Cuba

MELHOR ANIMAÇÃO

* 3o. Festival de Atibaia

MELHOR FILME

* X Festival Premis Tirant 2008 – Valencia, Espanha

MELHOR CURTA METRAGEM HISPANO-BRASILEIRO (PREMI V FESTIVAL DE CINEMA HISPANO BRASILEIRO 2008)

* Academia Brasileira de Cinema – Grande Prêmio VIVO do Cinema Brasileiro

MELHOR FILME EM ANIMAÇÃO

* 2o Festival de Cinema na Floresta

MELHOR FILME

* 1o Curta Lençois – Maranhão

MELHOR FILME JURI POPULARMENÇÃO HONROSA

* II Festival de Cine e Vídeo de Santa Cruz das Palmeiras

MELHOR ANIMAÇÃ

PALESTRA COM REPRESENTANTE DO IBGE





"O processo de transição demográfica e seus reflexos na dinâmica social recente: fecundidade, esperança de vida, nupcialidade, arranjos familiares".





Palestrante: Ms Ademir Koucher*
Data: 04/10/2011
Horário:19h às 21h
Local: Sala de Eventos da Fundação Evangélica
ABERTO AO PÚBLICO MEDIANTE INCRIÇÃO

* Supervisão de Documentação e Disseminação de Informações IBGE/UE-RS/SDI


19 de setembro de 2011

SEMINÁRIO ON LINE CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA

"Confira novos palestrantes confirmados para o Seminário on line "Práticas Integrativas e Complementares e Racionalidades Profissionais" que acontece amanhã, 20 de setembro
Acontece no dia 20 de setembro, organizado pelo Conselho Federal de Psicologia, o seminário Práticas Integrativas e Complementares e Racionalidades Profissionais, com transmissão on line pela página do CFP (http://www.pol.org.br/pol/cms/)

O evento tem como objetivos ampliar o debate e dialogar com a categoria dos psicólogos, a academia e a sociedade sobre a realidade, os desafios e as perspectivas das práticas integrativas e complementares, aprofundando os referenciais da área.

A realização do Seminário tem como ponto de partida o paradigma da Organização Mundial da Saúde (OMS) em torno da aproximação da ciência com a tradição, consolidada em uma política pública de saúde no Brasil implementada pela Portaria 971/2006, que aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde.
Na programação do evento estão confirmadas a conferência “A Psicologia e as Racionalidades orientadoras da prática profissional” e as seguintes Mesas: “A Epistemologia e a Racionalidade das Práticas Integrativas”; “Psicologia e as Práticas Integrativas e Complementares”; e “ As Práticas Integrativas e Complementares no SUS: Relação entre educação popular em saúde e as profissões regulamentadas”."
FONTE: http://www.pol.org.br/pol/cms/pol/noticias/noticia_110919_001.html

6 de setembro de 2011

Curso de Extensão sobre Psicodiagnóstico na Infância

No dia 03 de setembro ocorreu o encontro do IV Módulo do Curso de Extensão Psicodiagnóstico na Infância. A especialista em Psicologia Clínica e Doutoranda em Psicologia, Flávia Wagner apresentou um breve histórico dos testes de inteligência.

A área da avaliação psicológica está em processo de evolução e vem passando por diversas transformações. Capacitar e instrumentalizar alunos e profissionais para aplicação, correção e interpretação de testes psicométricos e projetivos torna-se muito importante.

Neste sentido o Curso conta com diversos módulos que tratam questões como: os fundamentos do psicodiagnóstico; a aplicação, correção e integração dos resultados obtidos a partir de testes psicométricos e projetivos.

O propósito principal do Curso é difundir, discutir e promover a experiência da prática do Psicodiagnóstico na Infância.

No dia 01 de outubro, no turno da tarde, acontece a segunda etapa do módulo IV e nos dias 01 e 15 de outubro ocorre o módulo V sobre as Técnicas Projetisvas no psicodiagnóstico infantil.


4 de setembro de 2011

Projeto de Lei que reduz jornada dos psicólogos é aprovado no Senado

O Projeto de Lei da Câmara nº 150/2009, que determina a jornada de trabalho de até 30 horas semanais para os profissionais de Psicologia, foi aprovado nesta quarta-feira (31) pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal. O texto, de autoria do Deputado Felipe Bornie (PHS-RJ), contém a emenda substitutiva apresentada pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), estabelecendo que a eventual redução de jornada não deve acarretar na redução da remuneração do profissional.

O parecer da senadora foi feito após audiência pública realizada em 11 de agosto no Senado Federal, quando as entidades da Psicologia expuseram a importância da fixação de uma jornada de trabalho de 30 horas semanais. O projeto agora será analisado pelo plenário da Câmara dos Deputados e, caso seja aprovado, seguirá para a sanção presidencial.

Com informações da Agência Senado
FONTE: http://www.crprs.org.br/noticias_internas.php?idNoticia=1296

ELA POR ELES/ELAS - VIRGÍNIA WOOLF




O mundo contemporâneo produz modos de existência cada vez mais singulares. Os antigos papéis sociais ligados ao feminino encontram-se multifacetados. Hoje existem muitas maneiras de ser mulher e de se viver o feminino.

Para entender a complexidade que envolve este fenômeno, o Curso Superior de Psicologia da Faculdade IENH elaborou o Curso de Extensão Ela por Eles e Ela por Elas. O primeiro encontro ocorreu no dia 02 de setembro e teve como tema: Wirginia Woolf e os múltiplos espelhos do feminino. O comentarista da noite foi o professor Leonardo Martins Garavelo.

Um momento que teve destaque foi a leitura da última carta de Virgínia a Leonardo Woolf, momento que foi acompanhado ao violino pela aluna da 3ª série do Ensino Médio, Bárbara Melilo. Confira a carta abaixo.

Querido,

Tenho certeza de que estou enlouquecendo de novo.

Sinto que não podemos passar por outra daquelas terríveis fases. E desta vez não ficarei curada.

Começo a ouvir vozes, e não posso me concentrar.

Assim, estou fazendo o que me parece melhor.

Você me deu a maior felicidade possível. Não creio que duas pessoas pudessem ser mais felizes até chegar esta doença terrível. Não consigo mais lutar.

Sei que estou estragando a sua vida e que sem mim você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Está vendo, nem consigo mais escrever adequadamente.

Não consigo ler. O que quero dizer é que devo a você toda a felicidade da minha vida. Você foi absolutamente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer isso — e todo mundo sabe. Se alguém pudesse me salvar, teria sido você. Perdi tudo, menos a certeza da sua bondade.

Não posso mais continuar estragando sua vida. Não creio que duas pessoas tenham sido mais felizes do que nós fomos.

Virginia Woolf, 1941.

O Curso tem por objetivo promover o contato com a obra de quatro importantes escritores que abordam o feminino: Virginia Woolf, Charles Bukowski, Clarice Lispector e Franz Kafka. Tendo como critério a leitura e a reflexão de um conto específico em cada encontro pretende-se promover o estudo e a discussão das perspectivas abordadas por cada um dos textos e autores. Os próximos encontros serão nos dias 30 de setembro, 28 de outubro e 25 de novembro.

1 de setembro de 2011

Lembrete: sexta-feira com Vírginia

Prezados participantes inscritos no curso de extensão ELA por Eles/Elas.
É com expectativa que lembramos a todos que teremos nosso primeiro encontro nesta sexta-feira,
2 de setembro, 19hs.
O curso teve uma procura muito além do que havíamos projetado.
Sugiro que cheguem com antecedência para garantirmos rigor nos horários de início e término.
No mais, um bom dia e aqueçam seus devires-virginia woolf!
Segue o conto que será lido e trabalhado neste encontro.
 
Professor do curso de Psicologia IENH: Luciano Bedin da Costa

Virgínia Woolf

(Inglaterra, 1882-1941)

A mulher no espelho



As pessoas não deviam deixar espelhos pendurados nas salas, nem talonários de cheques abertos ou cartas confessando algum crime odioso. Impossível as pessoas deixarem de se olhar, naquela tarde de verão, no longo espelho que pendia no salão. O acaso o pusera ali. Das profundezas do sofá na sala de visitas a pessoa via refletida no espelho italiano não somente a mesa de tampo de mármore em frente, como também um pedaço do jardim. Via-se um longo caminho relvado avançando entre barreiras de flores altas, até que, formando um ângulo, a borda dourada do espelho o suprimia.
A casa estava vazia, e a pessoa se sentiria, se fosse a única na sala de visitas, como um daqueles naturalistas que, recoberto de ervas e de folhas, fica observando as mais tímidas das criaturas — texugos, lontras, martins-pescadores — andarem à vontade, também eles invisíveis. Naquela tarde a sala estava cheia desses animais assustadiços, de luzes e de sombras, cortinas enfunadas, pétalas caindo — coisas que nunca aconteciam, ao que parece, se alguém estivesse olhando. A tranqüila sala do velho lar com seus tapetes e chaminé de pedra, suas estantes baixas e armários laqueados de vermelho e de dourado, enchia-sede tais criaturas noturnas. Elas chegavam piruetando no chão, pisando macio com os pés altos, e esses pormenores, mais as caudas desdobradas e os famintos bicos alusivos, os assemelhavam a um grupo de elefantes ou bando de flamingos cuja cor vermelho-pálida houvesse desbotado, ou de perus cujas caudas estivessem cobertas de prata. Havia também obscuros rubores e sombreamentos, como se uma tivesse de repente banhado o ar de púrpura; e as paixões, ódios, invejas e tristezas avançavam sobre a sala e a envolviam como um ser humano. Nada permaneceu igual durante dois segundos.
No entanto, de fora, o espelho refletia a mesa do salão, os girassóis, as flores batidas de sol, o caminho do jardim, de forma tão exata e tão estável que eles pareciam presos à sua realidade inescapável. O contraste era estranho — aqui, tudo em mutação, lá tudo em calmaria. Impossível deixar de olhar deum para o outro.
Nesse ínterim, estando as portas e janelas todas abertas por causa do calor, ouvia-se um perpétuo som de suspiro e suspensão, a voz do transitório e do perecível, parece, indo e vindo semelhante à respiração humana, enquanto no espelho as coisas haviam cessado de respirar e quietas jaziam no transe da imortalidade.
Meia hora atrás a dona da casa, Isabela Tyson, descera o caminho relvado, num leve vestido de verão, levando um cesto, e desaparecera, suprimida pela moldura dourada do espelho. Provavelmente fora para a parte baixa do jardim colher flores; ou, como parecia mais natural supor, colher alguma coisa leve e fantástica e folhada e trepadora, a clematite, ou um desses elegantes ramos de convólvulos que serpeiam em feias paredes e irrompem aqui e ali em florações brancas e violetas. Ela recomendava as convolvulvoláceas fantásticas e trêmulas em lugar da áster vertical, da zínia rija ou de suas próprias rosas ardentes acesas como lâmpadas nas estacas verticais das roseiras. A comparação mostrava o pouco que se sabia a seu respeito, depois de tantos anos; pois é impossível que uma mulher de carne e osso, de 55 ou 60 anos, fosse realmente uma grinalda ou uma gavinha. Tais comparações são muito sem sentido e superficiais — até cruéis, pois que chegam, como os convólvulos, tremendo entre os olhos de alguém e a verdade. Deve haver verdade; deve haver um muro. Contudo, era estranho que, após conhecê-la durante aqueles anos todos, não se pudesse dizer qual a verdade acerca de Isabela; ainda eram formuladas frases como aquela sobre os convólvulos e a clematite. Quanto aos fatos, ela era solteira; rica; comprara a casa e acumulara pelas próprias mãos — muitas vezes nos cantos mais ignotos do mundo e correndo grande risco de picadas venenosas e doenças orientais — os tapetes, as cadeiras, os armários que agora viviam sua vida noturna perante o olhar de qualquer um. Às vezes parecia que eles sabiam mais a respeito de Isabella do que nós, que neles nos sentávamos, neles escrevíamos, neles andávamos com muito cuidado, viríamos a saber. Em cada um daqueles armários havia muitas gavetas pequenas, e todas, quase com certeza tinham cartas atadascom laços de fitas, perfumadas com ramos de lavanda ou pétalas de rosa. Pois também era outro fato — se fatos era o que se pedia — que Isabela conhecera muita gente, tivera muitos amigos; e portanto, se alguém por audácia abrisse uma gaveta e lesse suas cartas, encontraria sinais de conflitos, de encontros marcados, de censuras pelos desencontros, longas cartas de intimidade e afeto, cartas violentas de ciúme e reprovação, terríveis palavras finais e de separação— pois todas aquelas entrevistas e encontros amorosos a nada levaram — ou seja, ela jamais casou, e no entanto, a julgar por uma indiferença em seu rosto, semelhante a uma máscara, ela passara 20 vezes mais pela paixão e pela experiência amorosa do que aqueles amores apregoados para que o mundo primeiro ouvisse.
Sob a pressão dos pensamentos acerca de Isabela, a sala tornou-se mais escura e mais simbólica; os cantos pareciam ainda mais sombrios, as pernas das cadeiras e mesas mais delgadas e hieroglíficas.
De súbito, esses reflexos findaram violentamente e sem um som sequer. Uma grande forma preta assomou no espelho; borrou tudo, derramou na mesa um pacote de placas de mármore de veios róseos e cinzentos, e desapareceu. Mas o quadro ficou completamente alterado. Por um instante ele esteve irreconhecível, irracional e totalmente fora de foco. Não se podia relacionar aquelas placas a algum propósito humano. E, aos poucos, algum processo lógico se pôs a atuar sobre eles, começou a ordená-los e arranjá-los e os trouxe ao redil da experiência comum. Verificou-se afinal que não passavam de cartas. O agente trouxera a correspondência.
Lá ficaram, na mesa de tampo de mármore, todas cheias de luz e de cor, a princípio ostensivas e impermeáveis. Depois, causou estranheza ver que as cartas eram estendidas e dispostas, e juntas faziam parte do quadro, adquirindo aquela serenidade e imortalidade concedidas pelo espelho. Lá estavam, investidas de uma nova realidade e significação, e também de maior peso, como se fosse necessária uma formação para destacá-las da superfície da mesa. E, fantasiaou não, pareciam ter se transformado não apenas num punhado de cartas ocasionais, mas em chapas gravadas com a verdade eterna — se fosse possível lê-las saber-se-ia tudo que houvesse saber acerca de Isabela, sim, e da vida também.
Os papéis dentro dos envelopes semelhantes a mármore deviam estar pejados de significados. Isabela entraria, pegaria as cartas uma a uma, bem devagar, abriria e leria cada uma com cuidado e palavra após palavra, e em seguida, soltando um profundo suspiro de compreensão, como se houvera estado no fundo de tudo, Isabela rasgaria os envelopes em pedacinhos e ataria as cartas e fecharia a gaveta do armário, disposta que estava a esconder o que não queria que fosse descoberto.
O pensamento serviu como um desafio. Isabela não desejava ser conhecida — mas agora não podia escapar. Um absurdo, uma monstruosidade. Se ela ocultava tanto e sabia de tanta coisa, devia-se nesse caso forçá-la a arrombar a gaveta com o primeiro instrumento à mão. Devia-se fixar a mente em Isabela naquele exato instante. Devia-se pressioná-la. Devia-se recusar que continuassem a nos dissuadir com ditos e feitos, tais como o momento produzia — com jantares e visitas e conversas polidas. Devia-se tentar calçar os sapatos dela. Tomada a frase em seu sentido literal, era fácil ver os sapatos que ela calçava, no jardim de baixo, naquele momento. Eram muito estreitos, compridos e estavam na moda — feitos com o mais macio e o mais flexível dos couros. A exemplo de tudo o que ela usava, os sapatos eram finos. E ela estaria em pé, embaixo da sebe alta, na parte inferior do jardim, levantando a tesoura atada ao punho para cortar uma flor morta, um ramo excedente. O sol lhe banharia o rosto, os olhos; mas não, no momento crítico a mantilha de uma nuvem cobriu o sol, tornando duvidosa a expressão dos olhos dela — zombeteira ou meiga, vivaz ou embotada? Apenas se distinguia o esboço indeterminado de rosto belo um tanto pálido e que fitava o céu. Ela pensava, talvez, em encomendar uma rede nova para os morangos; que devia mandar flores à viúva de Johnson; que era tempo de sair de carro para ver os Hippesley em sua nova casa. Seguramente eram estas as coisas de que ela falava ao jantar. Mas já estavam cansados das coisas de queela falava ao jantar. Queriam descobrir o seu mais profundo estado de ser e transformá-lo em palavras, o estado que é para a mente o que a respiração é para o corpo, o que se chama felicidade ou infelicidade. À menção dessa palavra, tornou-se óbvio, certamente, que Isabela devia ser feliz. Era rica; era bem relacionada; tinha muitos amigos, viajava — comprava tapetes na Turquia e cântaros azuis no lram. Caminhos de prazer abriam-se nesta e naquela direção,a partir de onde ela estivesse com a tesoura erguida para cortar os ramos trêmulos enquanto nuvens rendadas lhe velavam a face.
Com um rápido movimento da tesoura ela decepou o ramo da clematite, que caiu no chão. Ao cair, seguramente uma luz entrou também, seguramente se pôde penetrar um pouco mais no seu ser. O espírito de Isabela estava cheio de ternura e remorso... Cortar um ramo enorme entristeceu-a porque ele havia vivido, e a vida lhe era cara. Sim, e ao mesmo tempo a queda do ramo lhe sugeria como morrer, e toda a futilidade e evanescência das coisas. E, outra vez recolhendo este pensamento, com seu bom senso instantâneo, ela pensou que a vida a tratara bem; se tivesse de cair, era para ficar na terra e docemente fertilizar as raízes das violetas. Continuou a pensar desse modo. Sem formar um pensamento preciso — por ser uma dessas pessoas reticentes mantinha os pensamentos enredado sem nuvens de silêncio — ela estava cheia de pensamentos. O espírito de Isabela assemelhava-se a sua sala onde luzes avançavam e recuavam, chegavam com piruetas e pisavam macio, desdobravam as canelas e ficavam; e todo o ser de Isabela foi coberto, como a sala novamente, por uma nuvem de algum conhecimento profundo, algum remorso não mencionado, e ela encheu-se de gavetas fechadas, entupidas de cartas, tal e qual seus armários. Falar em “arrombá-la” como se ela fosse uma ostra, utilizar apenas o mais belo e mais sutil e mais dócil dos instrumentos contra ela era uma impiedade, um absurdo. Devia-se imaginar— ei-la no espelho. Causou sobressalto.
A princípio ela estava tão longe que não se podia vê-la com clareza. Veio andando vacilante, endireitando uma rosa aqui, ali, levantando um cravo para cheirá-lo, mas sem parar; e enquanto isso ela se tornava maior, cada vez maior no espelho, cada vez mais a pessoa em cuja mente se tentava entrar. Isabela era examinada aos poucos — ajustando-se às qualidades descobertas neste corpo visível. Havia o vestido verde-acinzentado, os sapatos de bico fino, o cesto e alguma coisa cintilante na sua garganta. Ela se aproximou tão gradualmente que não pareceu desarranjar o contorno no vidro, mas somente trazer um novo elemento que se movia de leve e alterava os outros objetos, como quem pede cortesmente espaço para Isabela. E as cartas e a mesa e o caminho relvado e os girassóis à espera no espelho separaram-se e abriram-se de modo a que ela pudesse ser recebida entre eles. Afinal, ei-la, no salão. Deteve-se. Ela parou em pé junto à mesa. Ela parou completamente imóvel. De imediato o espelho começou a verter sobre ela uma luz que parecia pregá-la; que parecia um ácido que corróio não-essencial e o superficial e deixa apenas a verdade. Era um espetáculo encantador. Tudo imanava de Isabela — nuvens, vestidos, cesto, diamante — tudo o que fora chamado de planta rasteira e convólvulo. Eis a dura parede embaixo. Eis a própria mulher. Ela se erguia nua naquela luz impiedosa. E nada havia.
Isabela estava completamente vazia. Não tinha pensamentos. Não tinha amigos. Não cuidava de ninguém. Quanto às cartas, eram todas contas. E enquanto ali estava, velha e angulosa, jaspeada e coberta de rugas, com o seu nariz arrebitado e o pescoço vincado, ela nem sequer se deu ao trabalho de abri-las.
As pessoas não deviam dependurar espelhos em suas salas.